Bruno Lage quebrou, ao início da manhã desta quarta-feira, à chegada ao complexo do Seixal, o silêncio, após ter sido demitido do comando técnico do Benfica, na sequência da (surpreendente) derrota sofrida no arranque da fase de liga da Liga dos Campeões, perante o Qarabag, por 2-3,
"O mais importante é que desejo muito bem ao Benfica. Foi isso que tentamos fazer neste regresso, foi neste sentido que trabalhamos arduamente, neste início de época", começou por afirmar, perante os jornalistas, antes de recolher os pertences e ter a derradeira oportunidade para se despedir do plantel encarnado.
"Montamos um plantel completamente diferente daquele que encontrei, há um ano, quando chegámos, mas, infelizmente, como sabem, alguns condicionamentos, quer internos, quer externos, não nos permitiram fazer melhor. Agora, é desejar o melhor ao senhor que se segue. Não sei se se confirmam as notícias, se é o mister Mourinho ou não", acrescentou.
Mais concretamente sobre o Special One, o treinador sadino atirou: "O mais importante é que ele é um homem que conhece muito bem o Benfica. Curiosamente, jogou três vezes contra esta equipa, conhece-a muito bem, elogiou muitas vezes o plantel, dizia o quão feliz eu era pelas opções que tinha. Certamente, vai ser muito mais feliz com Sudakov e Dodi a chegar para ajudar".
Sem mágoa do plantel
A terminar, Bruno Lage fez questão de enviar um "abraço" ao plantel principal do Benfica: "Cumpriram sempre com as minhas indicações, e sinto-me realizado, uma vez mais. Aquilo que é mais importante é que quero muito bem ao Benfica, porque o Benfica fez muito por mim e pela minha carreira".
"Cheguei aqui para treinar as escolas e já saio daqui pela segunda vez após treinar a equipa sénior. Projetou-me, em termos nacionais e internacionais, de uma maneira que nunca pensei. Proporcionou-me, em termos pessoais, condições financeiras que me permitem dar condições muito melhores à minha família para termos uma vida tranquila", rematou.
Os três jogos 'fatais'
Bruno Lage coloca um ponto final na segunda passagem pelo comando técnico do Benfica com um balanço de uma Supertaça Cândido de Oliveira e uma Taça da Liga conquistadas no espaço de pouco mais de um ano (curiosamente, ambas perante o eterno rival, o Sporting), mas as fracas exibições da nova temporada revelaram-se 'fatais'.
Na retina, ficaram, sobretudo, os três últimos jogos, que culminaram numa vitória 'sofrida' sobre o Alverca, por 1-2, num empate a uma bola com o Santa Clara e numa derrota perante o Qarabag, por 2-3, tendo estes dois últimos ocorrido em pleno Estádio da Luz, o que acabou por funcionar como agravante.
Segue-se Mourinho?
Tal como foi noticiado pelo Desporto ao Minuto, a direção liderada por Rui Costa não tardou e alcançou, de imediato, um princípio de acordo com José Mourinho, treinador que se encontra livre de contrato desde o passado dia 29 de agosto, quando foi despedido do leme do Fenerbahçe, curiosamente, após ter sido eliminado... pelo Benfica, nos playoffs de apuramento para a Liga dos Campeões.
O Special One pode, desta maneira, regressar à 'casa' onde teve a primeira experiência na qualidade de treinador principal, no final do ano de 2000, onde protagonizou um registo de seis vitórias, três empates e duas derrotas, dando início a uma carreira 'recheada', com passagens por clubes como FC Porto, Real Madrid, Chelsea ou Internazionale.