Poucas horas após o empate concedido pelo Benfica na receção ao Santa Clara (1-1), Giorgiy Sudakov recorreu às redes sociais, este domingo, para deixar uma mensagem de agradecimento aos adeptos das águias, atendendo à forma como foi recebido pelo público presente no Estádio da Luz.
"Os meus primeiros passos em casa no Estádio da Luz, ambiente incrível. Obrigado pela receção calorosa dos adeptos do Benfica", escreveu o internacional ucraniano na sua conta oficial da rede social Instagram.
Giorgiy Sudakov começou o encontro no banco e acabou por ser lançado já no desenrolar do segundo tempo, rendendo o croata Franjo Ivanovic, ao minuto 73, num momento que recolheu uma enorme 'onda' de aplausos, face à sua estreia pelo clube encarnado.
Para além da publicação no seu feed, Sudakov ainda deixou uma outra referência aos adeptos do Benfica, como sendo "incríveis", numa história publicada na mesma rede social. Na fotografia utilizada para o efeito, o futebolista de 23 anos surge no banco de suplentes, com um olhar algo 'encantador' enquanto ouvia o hino do clube da Luz, instantes antes do arranque da partida da quinta jornada da I Liga.
© Reprodução Instagram Georgiy Sudakov
Emoções fortes após tragédia
No passado domingo, Georgiy Sudakov viu a sua casa em Kyiv ser destruída por conta do ataque da Rússia à capital da Ucrânia, que implicou 805 drones e mísseis. Mais tarde, através das redes socais, o jogador recém-contratado pelo Benfica revelou as imagens que demonstram a força do bombardeamento e garantiu que os filhos, a mulher e a mãe estavam dentro de habitação quando tudo aconteceu.
"Foi assim que ficou a minha casa depois de ontem à noite. A mulher, os filhos e a mãe estavam em casa nesta altura", escreveu o internacional ucraniano.
Contactado na passada quinta-feira, João Martins, antigo jogador e atual mental coach, destacou a necessidade de o Benfica fazer um "acompanhamento psicológico especializado" junto do jogador de 23 anos.
"Tem um impacto humano enorme. Nenhum jogador é apenas atleta , é filho, pai, irmão, e carrega consigo a sua história. Naturalmente, a dor, a preocupação e o peso emocional podem interferir na concentração, na motivação e até na sua energia em campo. No entanto, também podem ser transformados em força. Se for bem acompanhado, o jogador pode direcionar essa energia e usá-la como motivação extra para representar a sua família e o seu país", começa por dizer o ex-jogador de Sporting e Penafiel.
"O Benfica deve disponibilizar acompanhamento psicológico especializado, tanto a nível desportivo como emocional, garantindo-lhe um espaço seguro para processar o que está a viver. É importante que aprenda a gerir as suas emoções e a dar-lhes espaço para se manifestarem de forma saudável, porque reprimi-las ou não as processar pode gerar conflitos internos. Além disso, criar um ambiente de proximidade, confiança e suporte humano será fundamental para que se sinta verdadeiramente amparado", explicou ainda o antigo médio português, agora com 37 anos.