Muitas vezes 'esquecida', em detrimento da mais mediática NBA, a WNBA, viu-se, ao longo da última semana, na ordem do dia, nos Estados Unidos da América, devido à recorrência de casos relacionados com o arremesso de... brinquedos sexμais para as quadras, em plenos jogos.
Tudo começou no passado dia 29 de julho, quando um dildo verde fluorescente 'voou' das bancadas para o local onde se disputava o encontro entre Atlanta Dream e Golden State Valkyries, provocando indignação geral. Daí em diante, já, pelo menos, mais dois jogos foram interrompidos por episódios semelhantes.
Agora, a explicação pode ter sido encontrada. De acordo com uma investigação levada a cabo pelo portal norte-americano The Athletic, tudo aponta para que, na base desta polémica, estará a 'Green Dildo Coin', uma criptomoeda criada na véspera do primeiro incidente.
Um investidor não identificado é mesmo citado a encorajar, numa transmissão ao vivo através das redes sociais, que outras pessoas arremessem este tipo de objetos para as quadras do campeonato feminino de basquetebol, para que a dita criptomoeda valorize.
"Há membros desta comunidade por aí a colocarem as pu*** das vidas em risco, por isso, o mínimo que podem fazer é 'retweetar'", pode ler-se. Palavras que terão sido ditas minutos após o mais recente caso, no duelo entre Los Angeles Sparks e Indiana Fever.
WNBA já investiga
Uma fonte da WNBA garantiu, de resto, à publicação que o organismo já está a investigar a potencial ligação entre o arremesso de brinquedos sexμais e este esquema de criptomoeada. O próprio sindicato de jogadoras já se insurgiu contra a polémica.
"Após o nosso pedido por uma atualização, a Liga garantiu o sindicato de jogadores que estaria a investigar as alegações de que indivíduos estariam a ser incentivados a levar a cabo estas manobras não seguras", referiu a diretora executiva, Terry Jackson.
Certo é que, entre terça e quarta-feira, após o mais recente episódio, verificaram-se transações de um volume superior a 1,5 milhões de dólares (1,3 milhões de euros) desta criptomoeda. Christian Grewell, especialista em 'blockchain' da Universidade de Nova Iorque, explica que criá-la "custa quase nada".
"Essencialmente, são de borla, mas podem gerar milhões em lucros, no espaço de dias (...). Os incidentes de arremesso de dildos foram, essencialmente, uma desculpa para que maus agentes capturassem a existente negatividade e a convertessem em atenção", acrescentou.
Grupo de criptomoedas reclama a autoria
Já esta sexta-feira, um entusiasta de criptomoedas entrou em contacto com a estação televisiva norte-americana ESPN, assegurando estar por trás desta polémica: "Foi, mais ou menos, uma abordagem oportunista para com aquilo que, vocês sabem, já está a dar que falar. Onde é que já há controvérsia e como é que intercetamos alguma dessa atenção?".
Até ao momento, já duas pessoas foram detidas por ligações ao arremesso de brinquedos sexμais, entre elas, Delbert Carver, jovem de 23 anos de idade natural de Marietta, no estado norte-americano da Georgia, que terá de responder, em tribunal, pelos delitos de conduta desordeira, indecência pública, exposição indecente e trespasso criminoso.